Para onde vamos? O que decidir?
Vivemos por estes dias em suspenso. Poucos podem garantir que a Grécia permaneça no Euro. Há até quem afirme que os gregos já estão a cunhar moeda própria. A Esquerda pode subir ao poder. Da mesma forma que é legitimo admitir que um governo de unidade nacional seja a solução para a tragédia grega. Os gregos vivem num limbo político.
Os portugueses vivem num limbo social. Tanto há ministros a anunciar o fim da crise para finais de 2012, como há quem apregoe que os bons ventos só começam a soprar lá para 2015 ou 2016. Sabe-se que o IVA fica para já nos 23% mas ninguém nega que os impostos podem voltar a aumentar em breve, para fazer face à quebra da receita fiscal.
Hoje sei que ao abastecermos o carro com 50 euros de combustível, 10 euros vão directos para o Estado (em impostos). É muita fruta!
A instabilidade social que hoje se vive faz-nos dar graças pela espuma dos dias. Já é bom ter uns trocos para o almoço e para jantar fora uma vez por mês. Claro que a prestação da casa fica para mais tarde. Há outras prioridades. A conta do telemóvel e a factura da televisão por cabo, por exemplo. Há que esperar pelas promoções, sem complicações, dos supermercados da moda. Haja saúde e optimismo, que daqui a umas semanas haverá um Belmiro com descontos de 75% para o povo, ou quem sabe um mosqueteiro mais afoito que se chegue mais à frente.
Por estes dias em que andamos entretidos a sobreviver, entre o quotidiano da selecção de Paulo Bento e o Caso Relvas vs Público, entre as notícias de roubos e suicídios e os jackpots do Euromilhões, quase nos esquecemos do mais importante: mesmo que em “modo” suspenso, só se vive uma vez.
Lembre-se disso!
Lembre-se disso!