terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Entrudo chamado Pedro.

Imagine que a sua situação económica está num verdadeiro caos. Tem diversas dívidas e as poucas receitas já não permitem pagar todos os seus encargos.
Recorre mais uma vez ao banco para contrair um empréstimo que resolva todos os seus incumprimentos. O banco aceita financiar esse empréstimo apresentando uma taxa de juro elevadíssima e você… aceita. Além dos juros o banco ainda lhe coloca como condição de negócio, que se demita das suas funções e passe a engrossar a longa lista de desempregados.

Parece-lhe bizarro?
Foi praticamente isto que aconteceu com a “ajuda” da Troika para com a Grécia e Portugal.
Classificar de “ajuda” o empréstimo realizado é querer passar um atestado de estupidez a qualquer português.
Os interesses do puro capital e da especulação entraram pelos nossos Ministérios dentro e tão cedo não vão ceder a posição. Vamos vender as melhores empresas públicas a preço de saldo, vamos emagrecer os quadros da administração pública e aumentar preços de transportes, serviços e impostos.
Ou seja, em breve seremos uma pátria alienada da sua autonomia.
Não fomos “comprados” pelos espanhóis no princípio deste século (como muitos defendiam), mas fomos aglutinados por franceses e alemães.
Estamos nas mãos de Merkel, Sarkozy e Lagarde. Seremos seus servos durante os próximos anos, trabalharemos (os que podem ainda ter um emprego) para sustentar as grandes dívidas europeias. É isto que nos dizem alguns dos mais prestigiados economistas, sejam europeus ou americanos.

Se este cenário se afigura de horror, junte-se a ele o governo de Passos Coelho e a grande bandeira deste elenco. “Custe o que Custar”.
Custe o que Custar, levando-nos os subsídios de férias e natal, o pão da mesa, a roupa do corpo e até o Entrudo. Que raio! Até o Entrudo?
Passos está concentradíssimo na missão que a Troika lhe confiou. Saberá no entanto o Primeiro Ministro que foi eleito para defender os interesses dos portugueses?