quarta-feira, 8 de setembro de 2010

o inevitável Adeus


A Federação tem um Seleccionador que não quer.
O Benfica tem um guarda-redes que não defende.
O Sporting queria um Pinheiro e não tem.
O País queria um Governo, mas anda desgovernado há 30 anos.

Dizia Henrique Mendes, saudoso senhor da comunicação, no seu Programa “Ponto de Encontro”, que “a vida é feita de encontros e desencontros”. E estando certo que a mesma água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte, é caso para dizer que este país é perito na arte dos desencontros.

Queiroz, o Seleccionador tão desejado pela Federação há dois anos atrás, é agora persona non grata e inventam-se castigos para forçar à sua saída. O homem agarra-se à Honra para tentar safar a indemnização a que tem direito, e o Adop não larga a tese pueril da afirmação Queiroziana: “Por que é que estes gajos não vão fazer controlos para a c... da mãe do Luís Horta?”.

Da última vez que o Mister Queiroz saiu da Federação, o próprio avisava que era preciso limpar muita da porcaria que existia no nosso Futebol. Ora se pouco mudou nos últimos anos, já se sabia que este regresso só podia dar merda. Porque continuamos a “trabalhar” com o amadorismo que nos caracteriza. Salvo raras excepções (Euro2004 é uma delas).

Não quero defender ou tomar partido do (ainda) Seleccionador. Nem tão pouco dos dirigentes da Federação. Mas quer-me parecer que a bem de uma política profissional, séria e rigorosa na Federação Portuguesa de Futebol, está na hora de dar lugar aos novos. E imagino que é isso mesmo que o Governo quer. Fazer cair Queiroz para (qual efeito dominó) acontecer o mesmo a Madaíl. Ou seja, no tabuleiro deste xadrez, os jogadores querem trocar as peças, que teimosamente aguentam as investidas governativas.

A Federação Portuguesa de Futebol perdeu o Estatuto de Utilidade Pública em Abril de 2010. Agora as Entidades Públicas querem fazer cair Queiroz, empurrando igualmente Madaíl? Ou seja, meter Portugal a jogar ao ataque deixou de ser uma questão Técnica e passou a ser puramente Política. Será?

(Crónica para o Jornal Mais Região, escrita a 2 de Setembro)