segunda-feira, 10 de novembro de 2008

para mim

Eu vivi alguns dos melhores momentos da minha infância neste rio.
Ainda hoje quando olho para aquelas serras, e recordo os passeios que dava com o “Avô Manel” a caminho de Chelo. Até há pouco mais de 10 anos, ainda estavam nas barras da eira, as canas da Índia que o meu bisavô lá tinha colocado para eu não cair no pátio repleto de patos mudos.
Hoje quando regresso, sinto que aquele tempo da minha infância ainda hoje ali está. Ainda hoje era capaz de o viver. Mas depois quando vejo que tantos dos que partilharam comigo aqueles tempos já partiram, sinto que só os tempos de recordações ficaram. Porque o meu bisavô Manel já não me acompanha nos passeios na serra. Porque a bisavó Maria já não tem leite quente para mim, e porque aquela casa grande sempre cheia de gente, é agora um prédio devoluto.
O tempo é implacável. Está a tirar-me tantas coisas.
Mas não me conseguirá tirar o que de mais precioso tenho em mim. As memórias da casa da Rebordosa, onde passei alguns dos melhores momentos da minha infância. Não tenho saudades de ser menino, tenho é saudades do mimo que a “avó” Maria e o “avô” Manel me davam.

Este Post é dedicado à memória de Ausenda Gravelho 1933 – 2008
Crédito Foto: MOD - Vídeo de Camané (Sei de Um Rio)